Rolex vendido nos EUA foi recomprado por Wassef para entregar ao TCU


Valor pago, segundo investigação, era maior que o obtido na venda. Advogado da família Bolsonaro é um dos alvos da operação que apura desvio de bens recebidos por ex-presidente durante mandato. Print de documento com imagem de Rolex negociado ilegalmente
GloboNews
O advogado Frederick Wassef recomprou, nos Estados Unidos, o Rolex recebido de presente por Jair Bolsonaro (PL) , para poder entregar o item ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Wassef teve de pagar um valor maior do que aquele obtido na venda.
O relógio de luxo foi um presente de autoridades sauditas a Bolsonaro durante uma viagem oficial do então presidente da República em 2019 à Arábia Saudita e ao Catar. O item foi levado para os Estados Unidos – para onde Bolsonaro viajou às vésperas de deixar a Presidência – e lá foi vendido.
Segundo o blog do Valdo Cruz, o Rolex e um outro relógio de luxo da marca Patek Philippe foram vendidos pelo general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid por US$ 68 mil.
Após a existência do relógio vir à tona – em março deste ano –, a defesa de Bolsonaro se comprometeu a devolver o item. O TCU entende que esse tipo de presente recebido por autoridades no exercício do cargo não pertencem ao presidente, mas à União.
Wassef, então, entrou em campo para concretizar a compra.
Rosto de pai de Mauro Cid aparece em reflexo em foto usada para negociar esculturas nos EUA
Natuza Nery: Rolex vendido nos EUA foi recomprado por Wassef para entregar ao TCU
O blog também apurou que:
A operação deflagrada nesta sexta-feira (11) envolve “várias joias novas”, para além das conhecidas e já tornadas públicas pela imprensa.
As joias teriam vindo de outros países do Oriente Médio, além da Arábia Saudita.
O pai Mauro César Lourena Cid e o filho Mauro Barbosa Cid, alvos da operação desta sexta-feira contra alvos da Lava Jato
Roberto Oliveira/Alesp; Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Veja foto de Rolex vendido nos EUA foi recomprado por Wassef para entregar ao TCU
Wassef nega envolvimento
Em nota divulgada na manhã de domingo (13), Wassef negou ter envolvimento em irregularidades e na venda de presentes oficiais. E classificou o inquérito como “total armação”.
“A primeira vez que tomei conhecimento da existência das joias foi no início deste ano de 2023 pela imprensa. Quando liguei para Jair Bolsonaro, ele me autorizou, como seu advogado, a dar entrevistas e fazer uma nota à imprensa. Antes disso, jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta nem indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda”, diz.
“A Polícia Federal efetuou busca em minha residência no Morumbi, em São Paulo, e não encontrou nada de irregular ou ilegal, não tendo apreendido nenhum objeto, joias ou dinheiro. Fui exposto em toda televisão com graves mentiras e calúnias”, afirma Wassef.
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