A transparência dos dados de sinistros no trânsito é um elemento essencial para que possamos compreender a real dimensão dos problemas que afetam a segurança nas vias. Iluminar a realidade do trânsito, como estratégia fundamental, permite romper com o viés da habitualidade, que muitas vezes nos faz aceitar os sinistros como algo inevitável. Quando os dados são claros, acessíveis e bem estruturados, eles se tornam uma ferramenta poderosa para a formulação de políticas públicas eficazes, além de sensibilizar a sociedade sobre a gravidade do tema.
O Ministério dos Transportes tem tratado o tema como central na definição da Política Nacional de Trânsito. Uma das estratégias para alcançar essa transparência é melhorar o Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest). Facilitar a coleta de dados e integrá-los com as bases da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e do Datasus é um passo crucial.
Conheça o JOTA PRO Poder, plataforma de monitoramento que oferece transparência e previsibilidade para empresas
Essa integração possibilita uma visão mais ampla e precisa, unindo informações sobre sinistros, vítimas e contextos de saúde, o que pode revelar padrões e apontar soluções mais direcionadas para reduzir a sinistralidade nas estradas e ruas do país.
Outro ponto importante é a centralização e disponibilização dessas bases de dados em um único local acessível ao público, como o site da Senatran. Ao oferecer informações abertas, organizadas por estado e município, incluindo dados de mortalidade, o cidadão comum ganha a capacidade de acompanhar a situação do trânsito em sua região. Essa abertura não apenas fomenta a participação social, mas também pressiona as autoridades a agir de forma mais responsável e proativa na gestão da segurança viária.
Além disso, aprimorar iniciativas como o Prêmio Senatran pode ser um caminho promissor. Incluir categorias diretamente ligadas à redução da mortalidade no trânsito destacaria e enalteceria as boas práticas adotadas por gestores, empresas e organizações. Reconhecer esforços bem-sucedidos cria um ciclo virtuoso, incentivando outros atores a replicarem ações que comprovadamente diminuem os sinistros, ao mesmo tempo em que eleva o padrão de exigência na administração do trânsito.
Investir em rankings, como os promovidos pelo Programa Monitora, é outra medida que pode impulsionar a transparência e a melhoria contínua. Esses rankings funcionam como um mecanismo de incentivo, tanto positivo quanto negativo, ao expor o desempenho de estados e municípios na execução de boas práticas. A visibilidade gerada por essas classificações estimula a competição saudável entre as gestões e pode mobilizar recursos e esforços para onde eles sejam mais necessários na redução dos sinistros.
Inscreva-se no canal de notícias do JOTA no WhatsApp e fique por dentro das principais discussões do país!
Por fim, a transparência nos dados de sinistros não é apenas uma questão técnica, mas também um compromisso ético com a vida. Ao tornar as informações acessíveis e utilizá-las de forma estratégica, o Brasil pode avançar na redução dos índices de sinistros e mortes no trânsito. Esse processo exige vontade política, investimento em tecnologia e engajamento social, mas os benefícios — como a preservação de vidas e a construção de um trânsito mais seguro — justificam plenamente o esforço.