Pesando no bolso! Cesta básica fica mais cara em 14 capitais brasileiras em março

No mês de março, apenas três capitais brasileiras registraram queda no valor médio da cesta básica. De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Aracaju (-1,89%), Natal (-1,87%) e João Pessoa (-1,19%) foram as únicas entre as 17 capitais analisadas a apresentar redução no custo dos itens essenciais.

As maiores altas foram observadas na Região Sul, com destaque para Curitiba (3,61%), seguida por Florianópolis (3%) e Porto Alegre (2,85%).

Como o aumento da cesta básica foi motivado?

Pesando no bolso! Cesta básica fica mais cara em 14 capitais brasileiras em março
Alimentos – Créditos: depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy

Entre os itens que mais contribuíram para o aumento dos preços da cesta básica em março, destacam-se o café, o tomate e o leite integral. Esses produtos registraram alta em todas as capitais analisadas, impactando diretamente o custo final da cesta. Por outro lado, o preço da carne bovina de primeira apresentou queda em 15 capitais, com exceção de João Pessoa e Recife, onde os preços se mantiveram estáveis.

Fatores Internos:

  • Clima e eventos climáticos extremos: Secas prolongadas, chuvas intensas e outros eventos climáticos têm impactado a produção agrícola, reduzindo a oferta de alimentos e elevando os preços de frutas, vegetais, café e outros produtos.
  • Desvalorização cambial: A desvalorização do real frente ao dólar torna as exportações mais lucrativas, incentivando os produtores a venderem para o mercado externo e diminuindo a oferta interna, o que pressiona os preços para cima. Além disso, encarece a importação de insumos agrícolas e de alguns alimentos.
  • Aumento da demanda interna: A recuperação econômica (mesmo que lenta) e o aumento do consumo das famílias podem gerar maior demanda por alimentos, contribuindo para o aumento dos preços.
  • Custos de produção: A elevação dos custos de produção, incluindo combustíveis, energia elétrica, fertilizantes e outros insumos, também é repassada ao consumidor final.
  • Problemas de logística e infraestrutura: Deficiências no transporte e armazenamento de alimentos podem gerar perdas e aumentar os custos, que são incorporados aos preços.
  • Política agrícola: Decisões relacionadas à política agrícola, como o direcionamento para culturas de exportação em detrimento da produção para o mercado interno, podem influenciar a oferta e os preços dos alimentos básicos. A desarticulação de políticas de estoques reguladores também contribui para a volatilidade dos preços.

Como se comparam os custos da cesta básica entre as capitais?

São Paulo continua a liderar como a capital com a cesta básica mais cara do país, com um custo médio de R$ 880,72. Seguem-se Rio de Janeiro, Florianópolis e Porto Alegre, todas com valores superiores a R$ 790,00. Em contraste, as capitais do Norte e Nordeste, como Aracaju, João Pessoa, Recife e Salvador, apresentaram os menores custos médios, variando entre R$ 569,48 e R$ 633,58.

Qual seria o impacto no salário mínimo ideal?

Com base na cesta básica mais cara, que foi a de São Paulo, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário para cobrir despesas básicas deveria ser de R$ 7.398,94. Esse valor é 4,87 vezes maior que o salário mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Essa diferença reflete a disparidade entre o custo de vida real e o salário mínimo vigente, evidenciando a necessidade de ajustes para garantir uma vida digna aos trabalhadores.

O acompanhamento contínuo dos preços dos alimentos é essencial para entender as dinâmicas econômicas que afetam o custo de vida nas capitais brasileiras. A variação nos preços da cesta básica reflete não apenas a oferta e demanda de produtos, mas também fatores climáticos e econômicos que influenciam a produção e distribuição de alimentos. A análise desses dados é crucial para a formulação de políticas públicas que visem a melhoria das condições de vida da população.

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