Gleisi apaga vídeo sobre ‘empréstimo do Lula’ e gera polêmica

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, retirou do ar um vídeo publicado no sábado (23/3) em suas redes sociais, no qual se referia ao “Crédito do Trabalhador” — um crédito consignado destinado aos celetistas — como sendo o “empréstimo do Lula“.

Na gravação, Gleisi apresentava a nova linha de crédito como uma solução para quem está enfrentando dificuldades financeiras. “O orçamento apertou? O juro está alto? Pegue o empréstimo do Lula”, afirmou.

Como a publicação de Gleisi gerou polêmica?

A publicação gerou críticas da oposição. Na segunda-feira (24/3), o Partido Novo protocolou uma representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), acusando a ministra de fazer propaganda pessoal em favor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com o partido, Gleisi teria violado o princípio da impessoalidade ao divulgar um programa do governo de forma a favorecer a imagem do presidente.

Em resposta às alegações, a ministra se manifestou em nota ao jornal O Globo, dizendo: “Diante das ações jurídicas movidas por partidos de oposição, com claro objetivo político, decidi suspender a postagem em que me refiro ao consignado privado como empréstimo do Lula.”

Como funciona o Crédito do Trabalhador?

Esta modalidade de empréstimo desconta as parcelas diretamente da folha de pagamento, oferecendo mais segurança aos bancos e, consequentemente, juros mais baixos aos trabalhadores. Os funcionários podem usar até 10% do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia, ajudando a reduzir as taxas de juros.

O acesso ao crédito é facilitado pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, disponível nos sistemas Android e iOS. Através do aplicativo, os trabalhadores podem enviar suas solicitações para mais de 80 bancos já parceiros do consignado do INSS, agilizando e facilitando o processo de obtenção do empréstimo.

Como funciona:

  • Acesso e simulação:
    • O trabalhador pode acessar o serviço através do aplicativo Carteira de Trabalho Digital.
    • No aplicativo, é possível simular o valor do empréstimo desejado e comparar as ofertas de diferentes instituições financeiras.
    • Para isso, o trabalhador deve autorizar o compartilhamento de seus dados trabalhistas, como nome, CPF, valor do salário e tempo de empresa.
  • Garantias:
    • O trabalhador pode utilizar até 10% do saldo do seu FGTS como garantia.
    • Em caso de demissão sem justa causa, 100% da multa rescisória também pode ser usada como garantia.
  • Pagamento:
    • As parcelas do empréstimo são descontadas diretamente da folha de pagamento do trabalhador, mensalmente.
    • Existe um limite de 35% do salário que pode ser comprometido com as parcelas do consignado.
    • Após a contratação, o trabalhador acompanha mês a mês as atualizações do pagamento.
    • No caso de desligamento, o desconto será aplicado sobre as verbas rescisórias, observado o limite legal.  
  • Condições:
    • O Crédito do Trabalhador oferece prazos de pagamento flexíveis.
    • As taxas de juros são mais baixas em comparação com outras modalidades de crédito.
  • Regras:
    • O trabalhador pode desistir das operações de crédito com consignação em folha no prazo de até sete dias a contar do recebimento do crédito. Para isso, deve restituir o valor total recebido.

Quais os benefícios do programa?

Gleisi apaga vídeo sobre 'empréstimo do Lula' e gera polêmica
Salário – Créditos: depositphotos.com / gustavomello162.hotmail.com

Os principais benefícios incluem taxas de juros reduzidas e a segurança do desconto em folha, minimizando o risco de inadimplência. A partir de junho de 2025, a opção de portabilidade entre bancos permitirá que trabalhadores migrem seus contratos em busca de condições mais favoráveis, incentivando a competição entre instituições e potencialmente oferecendo melhores condições aos usuários.

Desde seu lançamento, o interesse dos trabalhadores foi expressivo. Até o final de março de 2025, mais de 52 milhões de simulações de crédito foram feitas, gerando mais de 6 milhões de propostas e 22 mil contratos fechados. Esses dados refletem a grande demanda por esse tipo de crédito, que pode proporcionar alívio financeiro a muitos.

No entanto, o programa também encontrou críticas. A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, enfrentou polêmica ao retirar um vídeo chamando o crédito de “empréstimo do Lula”, gerando debate sobre a imparcialidade na divulgação de programas governamentais.

O crédito consignado para trabalhadores é uma ferramenta chave de inclusão financeira, oferecendo um suporte necessário em tempos de dificuldades econômicas. Com a introdução da portabilidade e melhorias digitais, o programa tem potencial para se expandir e tornar-se ainda mais acessível.

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