Mais fraco nas ruas, Bolsonaro dependerá mais da política. E de Tarcísio

O relativo fracasso de público do ato bolsonarista em Copacabana deixou mais distante uma anistia a Jair Bolsonaro e tornou mais importante a lotação do palanque, onde o ex-presidente conseguiu o trunfo da presença de Tarcísio de Freitas.

No balanço entre a mobilização nas ruas e redes com a articulação de forças políticas, Bolsonaro tenta encontrar um caminho para se manter no centro da sucessão presidencial.     

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Ao focar seu discurso na crítica a Lula e na lealdade, o governador de SP amarrou o próprio destino em 2026 ao ex-presidente, que por sua vez acenou a Gilberto Kassab. 

Rival dos bolsonaristas no Palácio dos Bandeirantes, o presidente do PSD vai ter papel central na definição das alianças para a eleição presidencial e a sucessão paulista e tem dado sinais de distanciamento do governo federal. 

Nesse cenário, os bolsonaristas tiveram outra vitória, no sábado: a esperada reunião de Lula com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) terminou sem que o ex-presidente do Senado entrasse para o ministério. Pacheco, expoente do PSD governista, é o candidato dos sonhos de Lula ao governo de Minas, estado central para a reeleição.

Por outro lado, Kassab teria avaliado a interlocutores nesta segunda que o ex-presidente saiu enfraquecido do ato de domingo.  

Enquanto Bolsonaro articula outro ato para a Paulista em abril e um seguinte para o Nordeste, parte da esquerda ensaia um protesto contra a anistia. Um fracasso dessa reação pode dar fôlego à narrativa da direita, com a reavaliação comparativa da capacidade de mobilização do ex-presidente.  

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Sem uma vitória decisiva nas ruas e com o avanço previsível de sua condenação no STF, Bolsonaro encara uma decisão: manter a narrativa de sua candidatura até agosto de 2026 ou modular a transição para uma alternativa viável. Para que essas linhas se cruzem em uma candidatura de Tarcísio, um foco maior na crítica ao governo Lula que no embate com o STF teria de ser calibrado. 

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