Brasília deixará de ser a capital? Saiba por que Belém pode assumir o posto em novembro

Em uma iniciativa inovadora, a deputada federal Duda Salabert propôs a transferência simbólica da capital do Brasil de Brasília para Belém durante a COP30. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas está programada para ocorrer em Belém entre 11 e 21 de novembro de 2025. O projeto de lei 358/25, que tramita em regime de urgência, sugere que os Três Poderes — Executivo, Legislativo e Judiciário — operem temporariamente a partir de Belém durante o evento.

O principal objetivo dessa proposta é destacar a importância da Amazônia nas discussões climáticas globais. Durante a conferência, os atos oficiais do governo seriam datados em Belém, sublinhando o papel central da região nas questões ambientais.

Como Belém pode ser a capital?

Brasília deixará de ser a capital? Saiba por que Belém pode assumir o posto em novembro
Belém – Créditos: depositphotos.com / gustavofrazao

A escolha de Belém como sede temporária do governo durante a COP30 é estratégica. A Amazônia, sendo a maior floresta tropical do mundo, é vital para a regulação do clima global. A transferência temporária da capital para Belém destacaria a importância da região Norte e as questões enfrentadas pelas comunidades locais, incluindo povos indígenas e ribeirinhos.

Além disso, a mudança temporária da capital reforçaria o compromisso do Brasil com a agenda climática, mostrando que as instituições governamentais estão engajadas em enfrentar os desafios ambientais que afetam a população.

Entenda a proposta:

  • Objetivo: A transferência temporária da capital para Belém durante a COP 30 visa valorizar a importância da região amazônica nas discussões sobre mudanças climáticas e destacar o papel do Brasil na busca por soluções sustentáveis.
  • Período: A proposta prevê que os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) se instalem em Belém durante o evento, com atos e despachos oficiais sendo datados na cidade.
  • Simbolismo: A medida busca colocar em evidência as questões enfrentadas pelos povos da floresta, indígenas, ribeirinhos e comunidades amazônicas, que sofrem com as consequências da crise climática.

Contexto histórico:

  • A transferência da capital do Brasil para Brasília, em 1960, foi um marco importante na história do país, com o objetivo de integrar o território nacional e impulsionar o desenvolvimento do interior.
  • A proposta de transferir a capital para Belém durante a COP 30 busca seguir essa tradição de valorizar eventos importantes e destacar a importância de diferentes regiões do país.

Como funcionaria a transferência?

A implementação da transferência temporária da capital dependeria de uma coordenação cuidadosa entre os chefes dos Três Poderes e o governo do Pará. O Poder Executivo seria responsável por definir as diretrizes administrativas e logísticas necessárias para a mudança. A proposta enfatiza que o impacto ambiental seria minimizado, utilizando-se as infraestruturas já existentes em Belém.

Essa não seria a primeira vez que uma capital é transferida temporariamente no Brasil. Em 1992, durante a Eco-92 no Rio de Janeiro, a capital federal foi movida para o Rio, destacando a importância do evento ambiental. A proposta atual segue essa tradição de valorizar eventos ambientais sediados no país.

Quais os impactos e legado da COP30?

O governador do Pará afirmou que as preparações para a COP30 estão em andamento e que o evento deixará um legado significativo para a Amazônia e para o Brasil. A conferência reunirá líderes globais na Amazônia para discutir questões climáticas, destacando o papel crucial da região na agenda ambiental global.

A COP30 oferece uma oportunidade única para o Brasil demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade e a proteção ambiental. A transferência temporária da capital para Belém durante o evento reforçaria essa mensagem, colocando a Amazônia no centro das discussões climáticas e destacando a importância de proteger essa região vital para o equilíbrio climático do planeta.

Qual a polêmica sobre a COP30?

A polêmica em torno da COP30 e da construção de uma nova estrada na Amazônia, que ligará áreas de floresta protegida à capital paraense, Belém, gira em torno dos seguintes pontos principais:

  • Impacto ambiental:
    • A construção da estrada envolve desmatamento em áreas de floresta protegida, o que gera preocupações sobre a perda de biodiversidade e o aumento das emissões de gases de efeito estufa.
    • Ambientalistas alertam para os riscos de fragmentação de habitats e para o impacto negativo na fauna e flora local.
  • Impacto social:
    • Moradores locais expressam preocupações sobre a falta de benefícios diretos para suas comunidades, que podem não ter acesso à estrada devido a possíveis restrições.
    • Há receios de que a estrada possa levar a um aumento do desmatamento e à perda de terras para empreendimentos comerciais, prejudicando o modo de vida tradicional das comunidades.
    • Moradores que dependem da coleta de produtos naturais da floresta, como o açaí, para sua subsistência, relatam a destruição de suas fontes de renda devido à construção da estrada.
  • Contradição com os objetivos da COP30:
    • A realização de uma conferência sobre mudanças climáticas na Amazônia, enquanto se constrói uma estrada que causa desmatamento, é vista como uma contradição por alguns críticos.
    • A preocupação é que o evento perca credibilidade se não demonstrar coerência entre seus objetivos e as ações tomadas no local.

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