Um povo que gosta de ser empreendedor

Nas últimas semanas, o presidente Lula e o governo federal têm ressaltado a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico do Brasil. Em uma reunião ministerial, o presidente declarou: “É importante que compreendamos que o povo com quem estamos trabalhando hoje não busca apenas empregos formais nas fábricas. É um povo que gosta de ser empreendedor”. A afirmação reflete uma nova visão sobre a força laboral brasileira, que valoriza cada vez mais a criação de negócios próprios.

O empreendedorismo tem se mostrado um instrumento essencial de inclusão social e um pilar para o desenvolvimento do país. Dados do Sebrae indicam que 94% dos microempreendedores individuais (MEI) têm na atividade empreendedora sua única ou principal fonte de renda. Esse cenário é ainda mais significativo para mulheres que se tornam mães, muitas das quais encontram no empreendedorismo uma saída viável para lidar com a dupla jornada de criação e sustento de suas famílias.

Assine gratuitamente a newsletter Últimas Notícias do JOTA e receba as principais notícias jurídicas e políticas do dia no seu email

A importância das micro e pequenas empresas (MPEs) é inegável, contribuindo com mais de um quarto do PIB brasileiro. O Brasil conta com 6,4 milhões de estabelecimentos, dos quais 99% são micros e pequenas empresas. Essas empresas são responsáveis por 52% das vagas com carteira assinada no setor privado, evidenciando sua relevância na geração de empregos.

Contudo, o ambiente de negócios no Brasil apresenta diversos desafios. A burocracia excessiva complica a abertura e a manutenção de novos empreendimentos. O acesso ao crédito é limitado, com condições financeiras muitas vezes desfavoráveis. Adicionalmente, há uma lacuna na educação empreendedora que necessita ser preenchida com programas voltados para o desenvolvimento de habilidades de gestão e inovação.

Iniciativas governamentais e privadas, como o Programa Mulher Empreendedora do Sebrae, são cruciais para oferecer suporte específico às mulheres empreendedoras. Programas como o Finep e o Start-Up Brasil também desempenham um papel vital, incentivando a inovação e o uso de tecnologias produtivas mais limpas e sustentáveis.

Para que o empreendedorismo continue impulsionando o Brasil, é necessário que o poder público adote políticas de apoio eficazes. Isso inclui a simplificação do sistema tributário para facilitar a vida das MPEs, a expansão de programas de microcrédito com condições mais acessíveis e a oferta de cursos de capacitação focados em gestão e inovação.

A nova realidade do povo brasileiro, que o presidente reconhece, busca não apenas a sobrevivência econômica, mas também a realização de sonhos com liberdade e independência. Com o suporte adequado, os empreendedores brasileiros podem ser ainda mais efetivos na construção de um país próspero e inclusivo.

Sim, senhor presidente, somos um povo que gosta de ser empreendedor. E com políticas públicas alinhadas a essa vocação, poderemos consolidar um setor de comércio e serviços nacional forte, gerando mais empregos e oportunidades para todos os brasileiros.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.