Delegada é afastada após suspeita de ligação com o tráfico de drogas

Recentemente, uma operação em São Paulo trouxe à tona um esquema criminoso envolvendo policiais civis, acusados de desviar cargas de drogas para revendê-las a traficantes. O processo culminou no afastamento da delegada titular do 77º Distrito Policial (Santa Cecília), Maria Cecília Castro Dias, por suspeita de envolvimento direto nesse escândalo, na tarde da sexta-feira (7/2). A decisão de afastamento foi tomada pelo juiz Oto Sérgio Silva de Araújo Júnior, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Como parte das investigações, mandados de busca e apreensão foram executados na residência da delegada.

Como a delegada é acusada?

Delegada é afastada após suspeita de ligação com o tráfico de drogas
Maria Cecília Castro Dias – Foto: Reprodução/Polícia Civil

Segundo o portal Metrópoles, durante a busca, os investigadores apreenderam diversos dispositivos eletrônicos, além de documentos, e a arma de fogo funcional da delegada. Esses itens estão agora sob análise para verificar o envolvimento de Maria Cecília na operação criminosa. Autoridades pretendem quebrar o sigilo telemático dos dispositivos para reunir mais provas sobre a suposta participação dela no esquema.

O esquema envolvia a troca de cargas valiosas de drogas, principalmente cocaína, por substâncias inócuas, como talco e gesso. Em seguida, o material original era vendido a traficantes internacionais. Envolvia não apenas policiais, mas também um perito do Instituto de Criminalística, responsável por emitir laudos que atestavam a suposta pureza das substâncias trocadas. Além disso, relatórios indicam que cargos de chefia nas delegacias do centro de São Paulo eram vendidos para membros do esquema, garantindo a continuidade das operações ilegais.

Relatórios da Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo (MPSP), acessados pela reportagem, apontam que Elvis Cristiano da Silva, responsável pela 1ª Delegacia Seccional, teria comercializado cargos de chefia em distritos da região central de São Paulo. Essas posições teriam sido ocupadas por aliados envolvidos em um esquema de tráfico de drogas.

A delegada afastada nesta sexta-feira estava à frente da mesma delegacia onde Cléber Rodrigues Gimenez, chefe de investigações, conduzia a apuração do caso. Gimenez foi preso no final de janeiro, suspeito de integrar um grupo criminoso que substituía cargas de drogas por substâncias como talco e gesso, revendendo os entorpecentes a traficantes internacionais.

Quem são os outros envolvidos?

O chefe de investigações Cléber Rodrigues Gimenez foi um dos principais nomes presos pela participação no esquema. Junto com ele, foram detidos outros investigadores e até um empresário do ramo da construção civil, todos suspeitos de colaborar direta ou indiretamente nas operações de troca de drogas. Este grupo teria movimentado, em apenas dois anos, cerca de R$ 50 milhões. O modus operandi da quadrilha incluía a formalização das apreensões em diferentes distritos policiais para evitar a detecção pela corregedoria.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo declarou que todos os eventos associados ao caso estão sob investigação rigorosa, com o objetivo de aplicar as medidas legais cabíveis. O impacto desse escândalo poderá reconfigurar a gestão das forças policiais na região central de São Paulo, à medida que as investigações avançam e mais detalhes são revelados. Até o momento, a defesa dos acusados não se pronunciou oficialmente, mas o espaço continua aberto para futuras manifestações.

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