Ministério da Saúde confirma duas mortes por Febre Oropouche

Subiu para seis o número de casos suspeitos de transmissão de Febre Oropouche (FO) da gestante para o bebê, segundo informações desta quinta-feira (25/7) do Ministério da Saúde. Três deles em Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre. Como o JOTA já informou, a transmissão da doença durante a gestação nunca havia sido identificada até os casos investigados no país. Além disso, a doença provocou duas mortes recentes, ambas na Bahia. Os óbitos ocorreram em mulheres com menos de 30 anos com sintomas que se assemelhavam à dengue grave. Até o momento, não havia relatos de óbitos provocado pela FO.

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Até agora, foram confirmados 7.236 casos da infecção no país, sendo a maior parte no Amazonas, com 3.681 registros. A FO está presente no país desde a década de 1960. Desde o ano passado, com ampliação da testagem, identificou-se a presença da doença em outros estados. Hoje, há registros da infecção em todas as Unidades da Federação.

Uma das maiores preocupações está relacionada à transmissão vertical. Como o JOTA mostrou em 12 de julho, o vírus havia sido identificado em quatro bebês com microcefalia e em um feto, depois que a gestação evoluiu para um abortamento. Agora, o número sobe para seis casos de transmissão vertical. O Ministério da Saúde afirma não haver ainda elementos que possam associar a microcefalia à infecção durante a gravidez.

Diante deste quadro, técnicos reunidos pelo Ministério da Saúde vão discutir novas medidas para a vigilância da transmissão vertical de Febre Oropouche. A proposta, que deve receber ajustes finais no encontro da tarde desta quinta-feira (25/7) é que o Sistema de Investigação de casos de Síndrome Congênita do Zika passe também a monitorar casos de oropouche.

Há muitas perguntas ainda sem resposta. Uma delas se refere às razões do aumento de casos no país. Uma das hipóteses é de que a identificação seja resultante da melhora na vigilância. Não se sabe, contudo, se há alguma mudança na forma da transmissão. A FO é uma arbovirose, doença transmitida pela picada do mosquito infectado pelo vírus. O mosquito associado à doença é o maroin. Há também registros, em laboratório, de que o culex (pernilongo) tem possibilidade de transmissão. Mas não há, neste momento, elementos para informar se o culex poderia ter algum envolvimento no aumento de casos.

Dessa forma, a Sala de Situação para Arbovirose tem agora a Febre Oropouche como principal ponto de atenção.

Como a doença é pouco conhecida, não há informações sobre o período do ano em que ela ocorre com maior frequência. Também não existem dados sobre o comportamento do mosquito transmissor. Estudos retrospectivos estão em curso, para identificar se houve alguma mudança no comportamento do perfil dos óbitos fetais. A Bahia já realizou essa avaliação e, de acordo com informações obtidas pelo JOTA, nenhuma alteração expressiva foi encontrada. Agora o trabalho é realizado em Pernambuco.

Além de estudos retrospectivos, o Ministério da Saúde estuda incluir a Febre Oropouche no painel público de dados e ampliar estudos sobre o comportamento dos mosquitos associados à transmissão da doença. Capturas de alguns insetos já foram realizadas. No entanto, até o momento, nenhum deles era portador do vírus.

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