‘Suíça brasileira’: Lojas de Campos do Jordão têm mais de 250 sabores de chocolate e vendem toneladas de bombons no inverno


Além dos clássicos, alguns chocolates com sabores inusitados fazem parte do cardápio das lojas, com bombons levando toque de especiarias, matcha, pinhão e até milho. Apostar em novos sabores é um caminho encontrado pelos comerciantes para aumentar o lucro durante a alta temporada. Em Campos do Jordão é possível encontrar mais de 250 opções de chocolate
Camilla Motta/g1
Com mais de 250 sabores à disposição, as fábricas de Campos do Jordão, cidade no interior de São Paulo conhecida como a ‘Suíça brasileira’, estão inovando para ampliar o cardápio e criar novas opções de delícias a partir do cacau para atender diversas lojas na Serra da Mantiqueira.
Com a temporada de inverno, a demanda aumenta e a produção dos chocolates, algo que movimenta a economia da cidade, tem que estar em dia. Alguns dos sabores inusitados que compõem as vitrines da cidade estão chocolates com especiarias, pinhão, matcha e até milho.
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Ao todo, a expectativa é que cerca de 1,5 milhão de turistas visitem a cidade durante a estação mais fria do ano – e grande parte deve comprar um chocolatinho 🍫.
‘Suíça brasileira’: No inverno, fábricas vendem toneladas de chocolates artesanais em Campos do Jordão, SP
Arquivo pessoal

O chocolate é um produto tido como típico da cidade, seja para desfrutar durante os passeios na Serra da Mantiqueira ou para levar de lembracinha. São dezenas de lojas e fábricas, em sua maioria com produção artesanal, que têm o cacau como matéria-prima.
Mesmo com a tradição e a alta expectativa de venda, com toneladas de chocolates sendo vendidos durante a temporada na cidade, os comerciantes estão investindo em novos sabores para conquistar mais clientes e alavancar as vendas.
A Fábrica Sabor Chocolate, localizada no Capivari, atende cinco lojas em Campos do Jordão e uma em São Paulo. O estabelecimento já funciona há 34 anos e sempre aposta em novidades. Para esse ano, os novos produtos oferecidos são as trufas de pistache e o bombom caramelo flor de sal com amendoim e marshmallow.
“A trufa de pistache é uma novidade que pensamos. A gente percebeu que nas lojas só tinha bombom de pistache, mas não a trufa, então tivemos a ideia. Fazemos com a semente da fruta mesmo e fica algo diferente”, contou Jéssica Santos, gerente da fábrica.
Bombom caramelo flor de sal, amendoím e marshmallow é destaque de fábrica em Campos do Jordão
Arquivo pessoal
A loja conta com mais de 250 sabores de chocolates. Os mais vendidos são os bombons de nutella, bombom belga de avelã, bombom de licor de cereja e drágea de amêndoas com milho verde.
Na temporada de inverno, a média de vendas chega a 500 quilos semanais. No feriado de Corpus Christi, por exemplo, termômetro da temporada na cidade, foi vendido mais de uma tonelada de chocolate.
Mas até chegar nas lojas, e pronto para as pessoas provarem, tem todo um processo. A produção dos chocolates, em alguns casos, pode demorar até dias para ficarem prontos.
“Depende do tipo. Bombons e barras são mais rápidas, as barras ficam prontas no mesmo dia, já os bombons de um dia para o outro por conta dos recheios. As trufas são as mais demoradas. É feito o preparo da massa em um dia, no segundo dia ela descansa, no terceiro ela enrola, e no quarto dia ela é banhada e cortada para depois ser colocada em caixas e ir para as lojas”, explicou Jéssica.
A Sabor trabalha com duas linhas, sendo uma tradicional saindo a R$ 290 o quilo e uma especial, contando com chocolates diet, zero lactose, veganos e importados, saindo a R$ 440 o quilo.
‘Suíça brasileira’: No inverno, fábricas vendem toneladas de chocolates artesanais em Campos do Jordão, SP.
Arquivo pessoal
Outra fábrica de chocolate tradicional de Campos do Jordão é a Spinassi, localizada no Jardim Jaguaribe, que produz para cinco lojas da cidade.
Sabores como amêndoas com especiarias e amendoim com caramelo, além das drágeas com novos sabores como coco e blueberry são as novidades e destaques do local. Para a comercialização, os funcionários têm um longo trabalho.
“Recebemos a matéria-prima e tem um processo de 8 horas. Primeiro a massa a seco, batido para tirar a umidade do açúcar por 4 horas, depois acrescentamos a manteiga de cacau para deixar a massa homogênea. Depois de quatro horas de refinamento, segue para o tanque a 45°C e para as temperadeiras para uso. Após isso, vai para a embalagem onde é pesado, e segue para a expedição e é mandado para a rota de entrega”, relatou Priscilla Spinassi, gerente da fábrica.
‘Suíça brasileira’: No inverno, fábricas vendem toneladas de chocolates artesanais em Campos do Jordão, SP.
Arquivo pessoal
A Spinassi conta com mais de 200 tipos de chocolates, entre trufas, bombons, tabletes e drágeas. O preço médio do chocolate chega a R$ 149 o quilo. Apesar de funcionar o ano inteiro, é no período da temporada que bomba de verdade. A fábrica chega a vender entre cinco e seis toneladas de chocolate para as lojas.
“A produção artesanal e o clima de Campos do Jordão são os elos para a produção do chocolate, e isso no inverno se intensifica. Na temporada, os pedidos triplicam e temos um aumento significativo nas contratações para atender toda a demanda”, completou Priscilla.
‘Suíça brasileira’: No inverno, fábricas vendem toneladas de chocolates artesanais em Campos do Jordão, SP.
Freepik
Já a fábrica Toca do Cacau, também localizada no Capivari, tem mais de 120 sabores e conta com aqueles para lá de diferenciados.
Bombom ‘trio dos deuses’, composto com ganache de pistache, frutas vermelhas e caramelo flor de sal; bombom triplo caramelo com três caramelos diferentes: meio amargo, ao leite e flor de sal; bombom banoffe de banana; drágeas de cramberry com matcha e limão siciliano e drágeas de amêndoas com sabor milho verde são destaques do local.
A temporada significa 40% do faturamento anual da Toca. Para este ano, a fábrica está criando uma linha de barras com pistache e morango, além de castanhas diet, 70% cacau e sem lactose. Todos os chocolates são 100% artesanais e o preço médio é de R$ 289 o quilo.
“A empresa é familiar e atendemos três lojas no Capivari, além dos atacados aqui de Campos. O processo é semanal, para prezar a qualidade do chocolate. Todos os recheios dos bombons são feitos à base das frutas, não utilizando essências nem conservantes, ficando bem caseiro mesmo”, contou Cybele Oliveira, sócia proprietária da Toca.
Chocolate de pinhão, nozes e amêndoas
Camilla Motta/g1
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