Novo supercomputador do Inpe: equipamento vai fazer previsões mais exatas e amenizar impacto de tragédias climáticas

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais publicou um edital para a compra de um novo supercomputador, que fará previsões do tempo mais exatas. Inpe publica edital para a compra de um novo supercomputador
Divulgação/Inpe
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicou na última semana um edital para a compra de um novo supercomputador, que será capaz de fazer previsões mais exatas do tempo no país.
As empresas interessadas devem apresentar as propostas até o dia 30 de julho. O equipamento será instalado no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), em Cachoeira Paulista (SP).
De acordo com o Inpe, a aquisição do novo supercomputador é considerada fundamental para aprimorar os serviços já realizados. Ele permitirá atualizar as capacidades do instituto no monitoramento de mudanças climáticas e desastres naturais.
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INPE publica edital para compra de novo supercomputador
Com o equipamento, será possível produzir previsões e simulações muito mais precisas e melhorar o acompanhamento de eventos extremos, como secas e tempestades.
Principal tragédia do país neste ano, as enchestes do Rio Grande do Sul, que deixaram mais de 160 mortos, teriam os impactos amenizados se o supercomputador já estivesse operando.
Isso porque a máquina faria uma previsão do tempo muito mais detalhada – indicando, inclusive, os locais com maiores acumulados – e prepararia melhor as autoridades do estado em relação à prevenção do desastre.
“O novo supercomputador vai fazer previsões muito mais específicas. No caso das chuvas do Rio Grande do Sul, 15 dias antes nós já sabíamos que o volume seria muito alto, mas não havia indicação dos locais e por quanto tempo exato choveria”, explica o coordenador-geral do Inpe, Gilvan Sampaio.
“Essa máquina nova conseguiria indicar a quantidade de chuva e os locais com maior acumulado com muito mais precisão. E também saberíamos bem antes. Essas informações mais precisas e específicas seriam usadas para que as autoridades locais se preparassem melhor”, completa.
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Nelson Almeida/AFP
O supercomputador é um equipamento de última geração, superior ao que se tem hoje no país – a máquina atual é chamada Tupã, foi instalada em 2010 e é considerada ultrapassada.
Para fazer uma previsão do tempo para os próximos três meses, o Tupã leva cerca de 23 horas. O novo supercomputador será capaz de fazer uma análise muito mais precisa para o mesmo período, mas em bem menos tempo: até duas horas.
“A previsão vai melhorar muito, principalmente em regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre. Vamos conseguir ter uma noção mais específica do clima em cada bairro e até em cada rua dessa região”, pontua.
Computador ‘Tupã”, do Inpe
Divulgação/INPE
O objetivo é que o novo supercomputador seja instalado entre dezembro deste ano e janeiro do ano que vem, para que comece a operar até março de 2025. A máquina é considerada muito grande e pesada e, por isso, a instalação requer uma série de cuidados.
De acordo com o Inpe, além de beneficiar o trabalho do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e da Defesa Civil, que atua em casos de desastres naturais, o equipamento também vai ajudar os setores de energia e agricultura.
“Na agricultura o ganho é enorme. O agricultor vai conseguir definir a semente que vai usar, porque vai saber exatamente se o tempo estará chuvoso ou seco. Para usar um defensivo agrícola, por exemplo, é preciso que não chova nas horas seguintes, se não o efeito do produto se perde. Com esse tipo de informação precisa, o setor vai ter mais segurança para fazer essas aplicações”, explica Gilvan.
Fachada do Inpe
Divulgação/INPE
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