Indígenas reclamam de escola que está com fossa aberta, carteiras quebradas e teto destruído: ‘Quase caindo na nossa cabeça’


A escola fica na aldeira Wari Warina, na Ilha do Bananal. Professores e alunos aguardam há mais de 20 anos por reforma na unidade. Indígenas denunciam situação precária em escola na Ilha do Bananal
Banheiro com vaso quebrado, fossa aberta, forro destruído e carteiras danificadas, essa é a situação que estudantes indígenas relatam na Escola Indígena Sanawe, do povo Javaé, que fica na aldeira Wari Wari, na Ilha do Bananal. O local recebe 72 alunos e é a única unidade disponível para que os indígenas possam estudar. Segundo o estudante, Cecílio Javaé, há anos que a comunidade aguarda pela reforma da escola.
“Nossa fossa está toda quebrada e isso tem causado muitas doenças para nós, como viroses. O banheiro está em péssimas condições. Crianças já caíram aqui [trecho do chão em frente ao banheiro que está quebrado]. Há muitos anos não estamos assim. Só prometem e prometem e nada muda aqui”, contou.
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O estado informou em nota à TV Anhanguera que há mais de 30 dias está fazendo um levantamento nas escolas indígenas do Tocantins. Essa análise servirá de base para a implementação de melhorias nas unidades. (Veja a nota completa abaixo)
Professor indígena mostra cozinha de escola danificada na Ilha do Bananal
Reprodução/TV Anhanguera
Em vídeo o professor, Robson Haritianã, mostra a situação da cozinha da escola. Segundo ele, por causa da estrutura danificada uma merendeira quase foi mordida por uma cobra.
“Olha a situação, isso aqui é a cozinha. Por aqui que entrava cobras. Olha situação do esgoto aqui, não tem nenhuma encanação. Entrou uma cobra e quase mordeu nossa merendeira. Aí eles fizeram um forro, mas olha a situação, já está caindo. Um lugar onde guarda o alimento e daí está entrando rato, entrando cobra. Então assim… como é que a gente fica numa situação dessa, está complicado”, explicou.
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Estudante mostra cadeira quebra da Escola Indígena Sanawe, na Ilha do Bananal
Reprodução/TV Anhanguera
Para chegar na escola só é possível por meio de barco, já que ela fica às margens do rio Javaés. Em imagens registradas pelos indígenas é possível ver por todo o prédio as fiações estão expostas, assim como o padrão de energia elétrica.
“A escola está com muitas dificuldades por causa das rachaduras que tem aqui. Está quase caindo em cima da nossa cabeça. E as carteira também… um aluno caiu de uma e machucou a cabeça”, explicou o estudante Edimilson Javaé.
Para o professor, Erionaldo Javaé, essa reforma é esperada há muito tempo. “Tá caindo aqui. O colégio é antigo. Eu sou o funcionário mais antigo. A cantina está caindo. A gente cobra a reforma e nunca saiu. Muitos anos, mais de 20 e poucos anos”
O que diz o estado?
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que iniciou, há mais de 30 dias, uma vistoria em todas as 100 escolas indígenas em funcionamento no Tocantins para o levantamento e análise das condições dessas unidades escolares, incluindo a Escola Indígena Sanawe, localizada na aldeia Wari Wari.
Esse estudo técnico preliminar servirá de base para a implementação de melhorias nas unidades escolares, como reformas e a subsequente execução das obras necessárias para garantir um ambiente escolar adequado.
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