Nos últimos meses, um novo golpe envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tem chamado a atenção das autoridades brasileiras. A Receita Federal emitiu um alerta nacional sobre fraudes em que criminosos se passam por instituições financeiras para exigir o pagamento antecipado do IOF via Pix, supostamente como condição para liberar empréstimos. Esse tipo de abordagem tem causado prejuízos significativos e levantado dúvidas sobre como o IOF realmente é cobrado.
O IOF é um tributo federal regulamentado por lei e incide sobre operações como empréstimos, câmbio, seguros e investimentos. No entanto, a cobrança legítima desse imposto segue procedimentos específicos e nunca envolve pagamentos antecipados por meio de transferências instantâneas, como o Pix. Entender o funcionamento correto do IOF é fundamental para evitar cair em armadilhas.
O que é o IOF e como ele é cobrado?
O Imposto sobre Operações Financeiras, conhecido pela sigla IOF, é um tributo federal previsto na legislação brasileira desde 1994. Ele incide sobre diversas operações financeiras, incluindo concessão de crédito, câmbio, seguros e movimentação de títulos ou valores mobiliários. Nas operações de crédito, como empréstimos, o IOF é calculado sobre o valor liberado e recolhido diretamente pela instituição financeira no momento da contratação.
O pagamento do IOF ocorre de forma automática, ou seja, o valor já vem embutido nas parcelas do empréstimo ou descontado do montante total liberado ao cliente. O recolhimento é feito por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), um procedimento padronizado e fiscalizado pela Receita Federal. Em nenhuma situação o cliente deve realizar transferências diretas, especialmente via Pix, para quitar esse imposto.
Como funciona o golpe do IOF via Pix?
O golpe do IOF via Pix segue um roteiro que costuma iniciar com o contato dos criminosos, que se apresentam como representantes de instituições financeiras. O primeiro passo geralmente ocorre por mensagens, ligações ou e-mails, informando que o interessado teve um empréstimo aprovado. Em seguida, é exigido o pagamento antecipado do IOF como condição para a liberação do crédito.
Para dar aparência de legitimidade, os golpistas enviam documentos falsificados, muitas vezes imitando notificações oficiais e até mesmo utilizando logotipos e carimbos falsos da Receita Federal. O valor solicitado é direcionado para contas de pessoas físicas, geralmente laranjas, por meio do Pix. Após o pagamento, o contato é interrompido e o empréstimo prometido nunca é liberado.

Como identificar e evitar o golpe do IOF?
Reconhecer sinais de fraude é essencial para evitar prejuízos. A Receita Federal orienta que o IOF nunca é cobrado antecipadamente do cliente e jamais por meio de Pix. Algumas dicas para identificar possíveis golpes incluem:
- Desconfie de qualquer exigência de pagamento antecipado para liberar crédito.
- Verifique a autenticidade dos documentos recebidos, observando erros de português, selos e assinaturas suspeitas.
- Pesquise sobre a instituição financeira em fontes oficiais, como o Banco Central e órgãos de defesa do consumidor.
- Evite fornecer dados pessoais ou realizar transferências sem confirmação da legitimidade da empresa.
Além disso, nunca realize pagamentos de impostos federais por meio de contas de pessoas físicas ou transferências instantâneas. O recolhimento legítimo é feito apenas por meio do DARF, emitido pelo próprio sistema da Receita Federal.
O que fazer se foi vítima do golpe do IOF via Pix?
Ao perceber que caiu em um golpe, é importante agir rapidamente para tentar minimizar os danos. As orientações recomendadas incluem:
- Registrar um boletim de ocorrência na delegacia, apresentando todos os comprovantes e conversas.
- Notificar imediatamente o banco para tentar bloquear a transação ou rastrear o destino dos valores.
- Comunicar a Receita Federal, informando sobre a fraude para que medidas de monitoramento sejam adotadas.
- Procurar órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, para registrar a ocorrência e buscar orientações adicionais.
Essas ações podem ajudar não apenas na tentativa de recuperar o valor perdido, mas também a evitar que outras pessoas sejam vítimas do mesmo golpe.
Como se proteger de fraudes financeiras envolvendo IOF?
A melhor forma de se proteger contra golpes financeiros é manter-se informado e adotar práticas de segurança. A educação financeira desempenha papel fundamental, permitindo que as pessoas reconheçam abordagens suspeitas e saibam como funcionam os procedimentos legais de cobrança de impostos. Manter-se atualizado sobre novas fraudes, utilizar autenticação em dois fatores em aplicativos bancários e consultar fontes oficiais antes de fechar qualquer negócio são atitudes recomendadas.
O alerta da Receita Federal reforça a importância de desconfiar de exigências fora do padrão e de buscar sempre informações em canais oficiais. Ao adotar uma postura cautelosa e criteriosa, é possível evitar prejuízos e contribuir para a redução de crimes financeiros no país.
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